¿ SOBERANIA SUL-RIO-GRANDENSE ou BRASILEIRA?.
A Revolução Farroupilha carregou um conflito nas mentalidades das lideranças sul-rio-grandenses. Este conflito continua presente em diversas e variadas narrativas superficiais de ufanistas. Ufanistas superficiais que obscurecem mentes, vontades e sentimentos do PODER ORIGINÁRIO sem chegar a expor o núcleo do problema e portanto são inúteis, senão prejudiciais.
De um lado aqueles que querem a SOBERANIA do Rio Grande do Sul pura e simples. De outro lado estão aqueles que buscam a SOBERANIA do BRASIL e por consequência do Rio Grande do Sul como parte integrante desta nação. O duelo mortal entre BENTO GONÇALVES e ONOFRE PIRES ilustra um ponto deste conflito interno das lideranças revolucionárias.
A carta de BENTO GONÇALVES ao Regente Feijó não deixa dúvidas que ele busca a SOBERANIA do BRASIL e por consequência do Rio Grande do Sul como parte integrante desta nação.
Evidente que uma grande ala dos líderes farroupilhas queria e lutava a SOBERANIA do Rio Grande do Sul pura e simples. Estava ao seu lado a recente independência do URUGUAI.
A Independência do Brasil completava 13 anos em 1835. No entanto o BRASIL continuava nas mãos e nos desígnios dos antigos senhores coloniais. Desígnios visíveis nas riquezas e posições políticas ainda ocupadas pelos ricos lusitanos. Antigos senhores coloniais cujo objetivo era enriquecer, mandar as sua economia para a Europa e, se possível, retornar para Portugal e usufruir ali as suas riquezas acumuladas no Brasil e à custa dos brasileiros. Esta casta de antigos senhores coloniais continuava a ocupar os cargos decisivos do Rio Grande do Sul e do Brasil. Os brasileiros haviam proclamado formalmente a sua SOBERANIA em 1822 sem poder exercê-la, de FATO e de Direito, em 1835.
Evidente esta situação estava longe dos olhos, das vontades e dos sentimentos da imensa maioria do PODER ORIGINÁRIO tanto sul-rio-grandense como brasileiro. PODER ORIGINÁRIO que lutava pelas suas necessidades básicas de sobrevivência e sem o menor acesso ao comando do sistema do qual eram meros reféns. No contraditório a elite - formada e consolidada ao longo do REGIME COLONIAL - estava muito distante de um ato generoso de entregar fortunas, seu mando arduamente conquistado e o seu futuro a favor de uma nação recém-fundada, insegura de si mesma e com problemas de toda ordem.
Certamente a data de 20 de setembro é também uma data brasileira na medida em que esta nação - recém-fundada, insegura de si mesma e com problemas de toda ordem - teve uma década para reverter alguns pontos destas circunstâncias. Nestas circunstâncias os 10 anos da REVOLUÇÃO FARROUPILHA serviram para fazer pender para o lado da SOBERANIA do BRASIL, e - por consequência - do Rio Grande do Sul como parte integrante desta nova nação.
O que é de se lamentar é que imensa maioria do PODER ORIGINÁRIO - tanto sul-rio-grandense como brasileiro - continue com a sua mente, vontade e seus sentimentos obscurecidos por interesses, narrativas e comemorações sem que as suas inteligências, os seus interesses e suas motivações tenham alcance do conflito ativo no âmago, motivador e orientador da Revolução Farroupilha.
Com este obscurecimento celebra-se, em 2017, mais um evento ao estilo daqueles milhares, cíclicos e impositivos que alienaram as inteligências, as vontades e os sentimentos ao longo dos 300 anos da COLÔNIA BRASILEIRA.
FAORO, Raymundo. Os donos do poder: formação do patronato político brasileiro. Porto Alegre – São Paulo : Globo e USP, 1975. 2v.
FRANCO Sérgio das Costa Porto Alegre sitiada: um capitulo da Revolução Farroupilha 1836-1940 – Porto Alegre; Secretaria Municipal da Cultura, 2011. 136 p.
Carta de BENTO GONÇALVES ao Padre FEIJÓ e comentários em
https://www.ahimtb.org.br/ogaucho/O%20Gaúcho%2017.pdf
Imagem: Duelo BENTO GONÇALVES x ONOFRE PIRES
https://ctgamigosdacavalgada.blogspot.com.br/2013/02/27021843-e-28021845-datas-historicas.html
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Travessa PEDRO AMÈRICO nº 28 ap.11SEM TELEFONE
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