MISSIONÁRIOS de ESTÉTICAS.
A Missão Artística Francesa de 1816 despejou na praia do Brasil uma nova onda de colonizadores e missionários estéticos. Não se fizeram de rogado e enterraram a memória de Aleijadinho, de Mestre Ataíde e de toda as suas obras no atulho e nas ruinas do Barroco e dos missionários da Propaganda da Fé que consideravam com arcaico.
Porém todo o voluntarismo da Missão Artística Francesa não produziu nada além de algumas parcas e pobres repartições imperiais sob o marketing e propaganda das Belas Artes. Outras ondas renovadas de missionários estéticos colonizadores não deixaram de desembarcar no Brasil que por sua vez foram destinados ao entulho por obra e graça ao Regime Republicano. Renovadas ondas de missionários estéticos que consideravam os seus antecessores macaquinhos tropicais de culturas hegemônicas das quais estes próprios missionários estéticos nada entendiam .
Em relação estes voluntariosos missionários estéticos também é possível aplicar o que mineiro Guimarães Rosa sentenciou (1963, p.18) do alto das Alterosas: “querer o bem com demais força e de incerto jeito, pode já estar sendo se querendo o mal por principiar. Esses homens ! Todos puxavam o mundo para si, para concertar consertando. Mas cada um só vê e entende as coisas dum seu modo” .
Na realidade as obras destas sucessivas ondas de missionários estéticos reduziam-se a EVENTOS, CARNAVAL e FESTIVAIS requentados da ERA COLONIAL, da PROPAGANDA da FÈ e dos ESPETÁCULOS MISSIONEIROS.
ESPETÁCULOS movidos por prosélitos, sacerdotes que sobravam nas suas matrizes e que discursavam em nome de PROFETAS incontestes na mente missionários estéticos .
O bugre não aprendia mais do que outras formas para dominar os demais bugres. Assim ele se achava superior na sua taba. Superior pela verborreia que tinha aprendido junto com alguns rituais estranhos dos quais ele não se podia livrar, pois nada entendia da natureza interna dos novos feitiços.
A nova onda estética atualizava apenas a INTELIGÊNCIA ARTÍSTICA do bugre, mas este permanecia distante de qualquer PESQUISA ESTÈTICA AUTÔNOMA e coerente com o seu LUGAR, seu TEMPO e a sua SOCIEDADE.
GUIMARÃES ROSA, João. Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro : José Olympio, 1963, p. 18..
TEXTO da CARTA de LE BRETON ao CONDE da BARCA em::
https://profciriosimon.blogspot.com.br/2016/02/151-logistica-em-estudos-de-arte.html
Imagem Joaqchim de LE BRETON 91760-1919)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Joachim_Lebreton
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Travessa PEDRO AMÈRICO nº 28 ap.11SEM TELEFONE
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